sexta-feira, 27 de agosto de 2010

BNDES e Caixa serão capitalizados com ações da Petrobras

BRASÍLIA - Decreto publicado nesta sexta-feira autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal a promoverem aumentos em seu capital social em 4,5 bilhões de reais e 2,5 bilhões de reais, respectivamente.

Ambas as operações serão feitas por meio de transferência de ações ordinárias da Petrobras excedentes à manutenção do controle acionário da União.

A efetivação das capitalizações dependerá da aprovação do Conselho de Administração e de pronunciamento do Conselho Fiscal das respectivas instituições.

O decreto foi publicado no Diário Oficial da União.

(Reportagem de Isabel Versiani)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

IPCA-15 fica abaixo da meta

Devido à continua queda dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou deflação pelo segundo mês seguido. O indicador recuou 0,05 por cento em agosto, após queda de 0,09 por cento em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

No ano passado, o IPCA-15 acumulou alta de 3,21 por cento e nos últimos 12 meses, de 4,44 por cento. O governo persegue uma meta de inflação em 2010 de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Os preços do grupo Alimentos e Bebidas caíram 0,68 por cento em agosto, após baixa de 0,80 por cento em junho. A contribuição negativa do grupo para o IPCA-15 deste mês foi de 0,15 ponto percentual.

Karl Marx de Oliveira França
Graduando em Bach. em Ciências Econômicas na UFPI
Tec. em Contabilidade pelo IFPI

Consórcio imobiliário e a alta no preço dos imóveis

É nítida a mudança no mercado imobiliário brasileiro. A maior oferta de crédito, os incentivos trazidos pelo programa 'Minha Casa, Minha Vida' e a migração sócio-econômica da população aumentaram (muito!) a demanda por imóveis, especialmente aqueles focados na classe média. Pense em alguns amigos ou familiares mais próximos, certamente um deles está negociando ou acabou de negociar a compra de um imóvel.

Como você já sabe, o aumento da procura por casas e apartamentos eleva os preços de venda e as margens dos negócios. O princípio é simples e se aplica sempre que há negociação: se muitos querem comprar, é possível vender mais caro, afinal há grandes chances de o negócio se concretizar dessa forma. Outra variante do pensamento também existe: se alguém quer muito comprar, provavelmente está disposto a pagar mais pelo bem.

O fato é que o preço dos imóveis disparou. Segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o preço médio do metro quadrado de imóveis de dois dormitórios na capital paulista teve alta de 39,4% entre 2006 e 2009. A média indica o movimento geral do mercado, mas certas regiões viram os preços saltar mais de 70% no período.

Na pele do consorciado...
Ao optar por um consórcio imobiliário, o participante estabelece um padrão, uma referência para o cálculo do valor da carta de crédito e sua cota de participação. Suponha que, em 2006, você optou por um consórcio tendo como referência um apartamento de R$ 150 mil. O mercado estava "normal", a referência era válida.

Em 2009, depois de alguma espera, sua vez chegou e você foi contemplado. Para sua surpresa, aquele imóvel referência, antes no valor de R$ 150 mil, passou a custar R$ 250 mil. Sua carta de crédito foi devidamente corrigida pelo indicador comumente usado nos consórcios deste tipo, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que acumulou alta de 28,8% no período, mas o valor ficou longe do necessário.

A matemática é simples: o dinheiro disponível para a compra do imóvel foi corrigido em cerca de 30%, mas o imóvel ficou 66% mais caro. A conta não fecha. A sensação é frustrante! A edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo dedicou matéria que mostra exemplos reais de consorciados que passaram por situações como essa.

Então consórcio imobiliário não é bom?
Retomo minha polêmica opinião: consórcio não pode ser considerado um investimento. Não recomendo, muito embora ele seja melhor que simplesmente não poupar. Ao optar por participar da modalidade, você paga para que alguém gerencie as somas amealhadas contando com a sorte para estar entre os primeiros a serem sorteados. Se sair logo, ótimo. Do contrário, não vale a pena. Por isso é comum chamarmos o consórcio de "poupança forçada".

A alternativa? Prefira separar você a quantia a ser investida e a gerencie de forma pró-ativa. O ganho em relação à inflação pode ser obtido com combinações simples de investimento direto em títulos públicos, fundos mistos, caderneta de poupança e ações, especialmente se o prazo médio de contribuição for maior que cinco anos. O valor acumulado será muito maior que o da carta de crédito contratada e que a correção normalmente aplicada nestes contratos.

"O resultado financeiro do consórcio depende da sorte. Se a pessoa é contemplada logo, o consórcio equivale a um financiamento barato. Se a pessoa é contemplada do meio para o final, é uma poupança em que a pessoa paga juros ao invés de recebê-los" - Roy Martelanc, professor de finanças da USP, para a Folha.

Faça sua própria poupança aprendendo a investir com disciplina. Isso é básico. Se ainda preferir o consórcio, dedique mais atenção aos detalhes do mercado imobiliário. Avalie a situação dos preços na região onde pretende comprar sua casa, levante o percentual médio de valorização dos últimos anos e incorpore isso no valor principal da carta de crédito antes de contratar o consórcio ou como uma segunda cota.

Evite surpresas ao ser contemplado e prefira não contar com a sorte. Ela ajuda, mas não resolve.

Crédito da foto para freedigitalphotos.net.


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Este artigo foi escrito por Conrado Navarro.
Educador financeiro, tem MBA em Finanças e é mestrando em Produção (Economia e Finanças) pela UNIFEI. Sócio-fundador do Dinheirama, autor dos livros “Vamos falar de dinheiro?” (Novatec) e "Dinheirama" (Blogbooks), Navarro atingiu sua independência financeira antes dos 30 anos e adora motivar seus amigos e leitores a encarar o mesmo desafio. Ministra cursos de educação financeira e atua como consultor independente.